segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O suicídio de Vladimir Gorbachev

I- A escolha

É apenas o mesmo gosto amargo, a descoloração de sempre.
É apenas a mesma ausência se filtrando em indiferença, o desânimo de sempre.
É o mesmo descaso, é sempre esse cheiro de iodo, já tão familiar.
Dê-me minha cura!

São os mesmos demônios em pele de anjos, em pele de Deuses;.
São as mesmas falhas, os mesmos canalhas, a mesma falta de coragem.
Dê-me a minha navalha!

É apenas o mesmo gosto do desgosto, a falta de verdade de sempre.
A mesma peça, a mesma encenação, a mesma novela, sempre tudo feito da mais pura ilusão.
Apenas a pena de não ter dito o que eu a sete chaves guardava.
Dê-me minha corda!

II- O desabafo/ desencanto.




Nas mãos a espada e o coração;.
como posso escolher o que nunca foi me concebido?
De insensato bastava minhas próprias intenções e decisões.
A foice ceifou!
Na mais bela e distante colina me refugiei, Congelei.
O que era certeza se perdeu em meio a entulhos jogados e esquecidos nos verdes campos.
Dê-me esperança!

Só a lembrança agonizando em meu coração, não a deixo partir.
Meu nome se perde em meio de tantos outros sem valores, mas o seu renasce a cada nascer do sol.
O coração jovem e apaixonado se calou por um minuto, e se perdeu pela eternidade.
O que de fato gritava fingia não ouvir por medo do medo de tentar não ter medo.
No mais triste e lindo vale me encontrei a te pedir perdão.
Dê-me um sorriso!

Mãos sobre o rosto, lágrimas sob o solo.
O sol já se negará a espantar o frio que me assombrava.
A suas palavras soavam como navalhas, me cortava, e meu coração sangrava.
Seus olhos mentiam tanto quanto as palavras que você teimava em regurgitar.
Fome de amor, sede de eternidade.
Dê-me Flores!

III-  O Ato/ O Fato

De longe ouvi-se a voz se calar.
A triste melodia soava pelas quatro paredes frias e sem tinta.
No quintal o que sobrou de um sonho mal compreendido,
um sonho que se tornou um pesadelo insano.
A divisão de matéria: Corpo e alma se despediram em um turbulento e desafinado concerto.
Uma regência mal compreendida.
Um sopro,
Um suspiro.
Um rosto, um choro
Um corpo,
Uma interrogação.
Alheio ao que se referia ser vida e plenitude.
Apenas embriagado pela solidão que destilava a minha alegria.
A decadência e negligência.
Em um ato tirei o que de fato nunca me pertenceu.
Adeus inverno,
Adeus Pátria.
Dê-me seu mais sincero perdão!

IV- Pulverem Reduces



Fim.





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